A minha experiência no Santos do Pelé
Depois de uma difícil época no FC Ferreiras 18/19, repleta de importantes experiências e conhecimentos para o futuro, na época seguinte fui contratado para trabalhar na Segunda Liga Dinamarquesa.
Na paragem de inverno deste campeonato, com muita surpresa e orgulho, recebi a chamada e convite para ser um dos adjuntos do nosso tão conhecido Professor Jesualdo Ferreira na sua cruzada enquanto treinador do mítico Santos FC. Clube do Pelé, Robinho e Neymar.
No Brasil, percebi que a final existem duas cidades maravilhosas, Santos e Rio de Janeiro. Em Santos senti muita segurança e conheci gente simpática e prestável. No Centro de Treinos Rei Pelé, encontrei colegas de trabalho competentes e dedicadíssimos ao propósito máximo do Santos FC, formar jogadores para a equipa principal.
Ao Professor Jesualdo foi-lhe pedido que fizesse um trabalho transversal a todas as equipas do Clube.
Esta responsabilidade justificou a criação de uma equipa técnica multidisciplinar, capaz de intervir sobre o desenvolvimento de vários escalões das categorias de base.
À imagem do trabalho feito com a equipa principal, o Antônio Oliveira e eu, treinamos também a Equipa B e colaboramos com os treinadores das equipas Sub20 e Sub17. Jogadores como Anderson Ceara99, Ivonei, Marcos Leonardo, Wagner Leonardo, Alexo Nascimento, Renyer, subiram orgulhosamente à equipa principal.
Por maior que seja a crise politico-financeira do Santos FC, a marca #meninosdavila, será sempre uma garantia de que os melhores jogadores do Brasil irão querer vestir esta camisola.
Os problemas e notícias negativas que marcaram o dia a dia do nosso trabalho, foi compensadocom a constante superação dos jovens atletas em busca de uma oportunidade de se estrearem no estádio Urbano Caldeira.
Estes jogadores jogam por paixão mas também por uma das mais nobres razões que pode existir, a fome e família.
Não somos, não fomos, nem nunca seremos perfeitos. Existirá sempre quem pensa, decide e executa diferente. Por mais argumentado e estruturado que um Projeto seja, os seus fundamentos sucumbiram sempre perante a falta de resultados desportivos.
Podemos vitimar-nos pela imprevisibilidade das lesões e expulsões que assombraram o nosso trabalho, mas o impedimento de se inscrever novos jogadores, FIFA, e a constante saída de elementos fundamentais no plantel, contribuíram em grande medida para a degradação da nossa participação no reconstrução deste grande Clube.
Regressamos a Portugal de cabeça erguida, com a certeza que ficamos mais ricos em experiência e conhecimento do que quando viajamos para o Brasil.